terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conselhos de Comunicação

A criação dos Conselhos de Comunicação em vários estados brasileiros despertou o ódio da grande mídia, que vê na medida uma tentativa de cercear a liberdade de imprensa e controlar o conteúdo dos meios de comunicação. Este é o discurso para o público externo, mas, o que mais irrita e preocupa os barões é outra coisa. Como sempre e em todas as ocasiões, a questão é o dinheiro. Ou melhor, o aumento do número de comensais sem que o bolo aumente proporcionalmente.
No Ceará, por exemplo, o projeto aprovado na Assembleia Legislativa não deixa margem para dúvidas. O ítem X, do Artigo 3º, que trata dos objetivos do Conselho, determina: "fomentar parâmetros normativos que estitpulem a melhor distribuição das verbas publicitárias do Estado com base em critérios que garantam a diversidade e pluralidade, não enfantizando apenas a audiência e evitando a concentração do mercado". Recomendação que faz arrepiar todos os cabelos dos barões da mídia.
Até agora, além do monopólio da informação, eles também concentravam os recursos publicitários do Estado, que não são poucos, sobretudo, quando se soma a adminsitração direta, indireta, autarquias, empresas estatais e de economia mista. Em português claro, o Conselho propõe que estas verbas se transformem em instrumento da regionalização da produção cultural e jornalística; da alavancagem de veículos pequenos e médios (rádios e jornais); do fomento da comunicação comunitária. Para usar a expressão do presidente Lula, "um dinheirinho para os pesquenos também".
Como não podem defender isso publicamente, os barões da mídia lançam mão do falso argumento, segundo o qual, os Conselhos de Comunicação são instrumentos da censura e tentativa de controlar o conteúdo dos meios de comunicação. Balela. O que eles não querem é dividir a grana que, até hoje, embolsavam sozinhos.

Nenhum comentário: