segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Silêncio obsequioso

O jornalista Amaury Ribeiro Júnior esta prestes a entrar para a história do mercado livreiro brasileiro. Seu livro "Privataria Tucana", da Geração Editorial, esgotou a primeira edição de 15 mil exemplares em apenas três dias. Lançado na sexta-feira, dia 9 de dezembro, no domingo, dia 11, já estava em falta nas livrarias do país inteiro. E pensar que o sumiço, provocado por intensa procura, não foi provococado por nenhuma mega campanha de marketing. Pelo contrário.
A obra do jornalista aborda uma passageira da história brasileira tida por exuberante ou fraudulenta, dependendo do ponto de vista: a privatização de empresas estatais, realizada no primeiro mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ou melhor, sobre que o rolou nos bastidores. O livro revela o movimento sórdido que liquidou, na bacia das almas, todo patrimônio nacional. Pouca gente se deu bem com a venda. Certamente, a maioria da população ficou no prejuízo.
Como o Estado brasileiro estava falido e não tinha condições de realizar a modernização de suas empresas, principalmente no setor de telefonia, era preciso passá-las ao controle da iniciativa privada para que pudessem crescer e atendar a demanda dos brasileiros. Os recurosos obtidos com a liquidação seriam utilizados para abater a dívida do país.
A venda permitiu a arrecadação de US$ 100 bilhões. Foi o maior programa de privatização da história da humanidade. E para levá-lo a bom termo, atropelou-se até a mesmo a Constituição Federal, alterada sob bom soldo na calada da noite. E a dívida? Foi reduzida? Bem, a dívida, que era de US$ 144 bilhões no início do primeiro mandato de FHC, saltou para US$ 300 bilhões ao término do segundo. Apesar dos US$ 100 bilhões obtidos com a privatização.
De todo aquele processo, emergiu um figura sinistra que ocupava, à época, o Ministério do Planejamento: José Serra. Político ambicioso, useiro e vezeiro de métodos violentos nas disputas políticas que empreendia, Serra foi o artífice e, sabe-se agora, com o livro "Privataria Tucana", o principal beneficiário financeiro. Apenas isso explica o silêncio dos principais veículos de comunicação em torno do lançamento da obra de Amaury Ribeiro Júnior.
Além de ignorar e impor um silêncio obsequioso sobre o livro, os meios de comunicação, na impossibilidade de questionar e refutar os dados nele contidos, optaram por desqualificar seu autor. E, com isso, construir um blindagem em torno dos personagens citados, sobretudo, José Serra. As informações e documentos reproduzidos podem, ainda que depois de tantos, produzir estragos na biografia de muitas vacas sagradas do tucanato. Inclusive, levar alguns para a cadeia.
A primeira edição não existe mais. Esgotou-se em apenas três dias. A segunda já está no prelo. E isso revela o grau de interesse que o livro está provocando. Apesar do silêncio obsequioso, da omertà mafiosa, que a mídia tenta impor sobre ele.

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