Entre 2002 e 2011, multiplicou-se
por cinco o percentual de negros e pardos que cursam ou concluíram o curso
superior, indo de 4% para 19,8%. Em números absolutos, foram 12,8 milhões de
jovens de 18 a 24 anos. O impacto deste crescimento na formação da sociedade
brasileira se fará sentir em alguns anos.
Poucos países do mundo
conseguiram resultado semelhante em tão pouco tempo. Para ter uma idéia do
tamanho e dimensão desta conquista, em 2011 o percentual de afrodescendentes
matriculados em universidades americanas chegou a 13,8%, transformando cifras
em números: três milhões. Isso depois de meio século de lutas e leis.
Em 1957, estudantes negros
entraram na escola de Little Rock escoltados pela 101ª Divisão de
Paraquedistas. O Brasil ainda tem muito chão pela frente, pois negros e pardos
formam 50,6% da população e nos Estados Unidos são 13%.
Os números mostram que a
sociedade brasileira, apesar dos resmungos e xingamentos de suas elites brancas
e reacionárias, está mudando, para melhor. Por trás desse êxito estão as
políticas de cotas ou estímulos nas universidades públicas e no ProUni.
Em seis anos, o ProUni matriculou
mais de 1 milhão de jovens do ano andar de baixo, brancos, pardos, negros ou
índios. Deles, 265 mil já se formaram. Novamente, convém ver o que esse número
significa: em 1944, quando a sociedade americana não sabia o que fazer com
milhões de soldados que combatiam na Europa e no Pacífico, o presidente Franklin
Roosevelt criou a GI-Bill.
A chamada lei de reintegração
social para os veteranos de guerra, intitulada como G.I Bill of Rigths, dava a todos os soldados uma bolsa
integral nas universidades que viessem a aceitá-los. Em cinco anos a GI-Bill
matriculou 2 milhões de jovens. Hoje entende-se que a iniciativa foi a base da
nova classe média americana; e há estudiosos que vêem nela o programa de maior
alcance social das reformas de Roosevelt.
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