quinta-feira, 10 de junho de 2010

Crítica açodada

Nunca uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), como a realizada na terça-feira, 8 de junho, foi tão ansiosamente aguardada pela mídia brasileira. Ansiosos pelo resultado, os analistas consevadores não esconderam o riso quando a votação terminou: com doze votos a favor, dois contrários (Brasil e Turquia) e uma abstenção (Líbano), o CS aprovou novas e mais duras sanções ao Irã, por conta de sua resistência em abandonar seu programa nuclear que, alegam os países ocidentais, é um caminho escancarado para a fabricação de artefatos atômicos.
Nem tanto pelo resultado em si, previsível, mas, mais por supostas consequências que as novas sanções poderiam acarretar para o Brasil, que articulou, juntamente com o Turquia, um acordo pelo qual o governo iraniano concordava em depositar urânio de baixo enriquecimento em solo estrangeiro, e em troca, receberia material enriquecido o suficiente para tocar seu programa para fins pacíficos.
Jornais como O Estado de S. Paulo e O Globo apressaram-se em dizer que a decisão do CS isolava o Brasil no mundo. Estas manchetes, no entanto, não resistem a uma simples comparação com opiniões emitidas por publicações internacionais de prestígios, que observam que o governo brasileiro tinha razão ao afirmar que as sanções não irão produzir os resultados esperados.
Publicações européias e americanas afirmam que as sanções não devem produzir mudança na posição do governno iraniano e que a decisão do CS não exclui a necessidade de novas medidas no futuro próximo.
A tese de isolamento brasileiro é puro ranço e picuinha. E parte de setores da imprensa que não admitem a possibilidade de inserção do país na comunidade internacional de modo soberano e independente. Ainda preferem o caminho da subserviência e da genuflexão nas relações internacionais.

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