sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O verão e as chuvas

Parece até reprise de notícias do ano anterior. Ruas alagadas. Difícil saber onde termina a rua e começa o leito do rio, do córrrego ou do riacho; não importa o tamanho: a grande quantidade de chuvas que cai nesta época do ano transforma todos, ainda que por breves momentos, em irmãos gêmeos do caudaloso e longo Amazonas.
E tome lamentos de quem, de passado imprudente, construiu sua habitação a poucos menos do curso d'água. Dirão que ali era mais barato e, na luta para fugir da escravidão do aluguel, todas as armas eram válidas. Até mesmo cair no conto do vigário do corretor safado, que só pensava no lucro fácil. O vendendor do terreno, para adoçar o comprador, dizia que "em no máximo dois anos tudo isso vai ser canalizado". Mas, ainda mais safada foi a autoridade municipal, que permitiu tamanho descalabro. Em suma, prevaricou.
O tempo não perdoa: a todos pune sem distinção. E agora, depois de anos de especulação imboliária e desordenado crescimento urbano, a natureza mandou a fatura. É triste e comovente o choro e o lamento daqueles que viram seus pertences levados pelas águas, todavia, não merecem complacência.
Ou será que, no ato da compra do terrero, nem mesmo por um segundo, se permitiram pensar na hipótese de aquele não ser um bom local para fixar residência? Certamente, não ousaram refletir. E, agora, pagam o preço da leniência.

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